A atualidade

Quero servir o meu País! || ENTREVISTA A JOANA CARRANÇO #3

16:06

Estive imenso tempo sem trazer entrevistas mas não se preocupem, porque vêm novidades tão boas a caminho. Aqui vai mais um episódio da série "Não é apenas conversa é PARTILHA !!".
Por vezes precisamos de conversar com pessoas mais novas para termos mais noção da realidade, porque ela é tão crescida para a idade que tem e sei que todos nós vamos aprender algo com o seu testemunho.
Esta entrevista é com a incrível Joana Carranço, ela tem 14 anos e está neste momento no 9ºano de escolaridade, o seu objectivo é servir o nosso país enquanto Polícia e para além disso lutar sempre por os nossos direitos.






Mia : Corrige-me se estou enganada. Conheci-te como uma menina mulher, dedicada e que nunca baixaria os braços por aquilo que ama. Uma menina doce e com um coração enorme mas se lhe pisarem os calos também se sabe defender. Conheci-te e na altura juravas a passos largos que irias ser médica e até me contaste os passos pelos quais gostarias de passar até chegar lá, o que é que mudou entretanto?

Joana : Bom, essa é uma excelente pergunta. Eu continuo a ser assim, o que descreveste são sem dúvida algumas características da minha personalidade. Sendo muito sincera, o que mudou foram as minhas prioridades. Eu percebi que para ser médica teria de passar a vida a estudar coisas que eu não gosto e nas quais eu não sou boa. Por exemplo, já a partir do 10º ano teria de seguir Ciências e Tecnologias, e não Línguas e Humanidades. Que é, na verdade, o que mais adoro e aquilo para que tenho jeito. Entre ser feliz a estudar o que gosto, mas não puder seguir Medicina e torturar-me a mim mesma ao estar em áreas que não me dizem nada para puder ser Médica, escolho a primeira opção. Mais tarde, também pude vir a aperceber-me de que tenho uma grande paixão pelo mundo da justiça e do crime, e ser Polícia é o meu grande objectivo neste momento.

Mia : Não tens aqueles típicos medos? Uma pessoa por exemplo, no futuro queira construir família, como achas que lidarias com isso? Sais de manhã, bem e feliz, com filhos em casa. Mas não sabes como voltas ou se voltas. Até agora ainda não tiveste muito tempo para pensar nisso?

Joana : Eu tendo a focar-me mais nas partes positivas de cada coisa. E no caso da profissão que quero seguir não é diferente. Já pensei bastante nisso, sim, mas sinto sempre que o meu desejo de servir o país salvando pessoas e punindo culpados é maior do que qualquer medo dessa possibilidade negativa que possa existir. Pretendo ser excelente naquilo que faço, e isso inclui ser destemido. Sei que se algum dia não voltar, terei morrido feliz, com o sentimento de dever cumprido.


Sinto sempre que o meu desejo de servir o país salvando pessoas e punindo culpados é maior do que qualquer medo.

Mia : Também ainda és nova para pensar logo na parte mais negativa da área. Porque estamos em constante mudança. Talvez daqui a uns anos sabe se lá se não vamos querer outra coisa. Sempre foste boa aluna? Nunca deixaste que a "sede" de querer ser Polícia ou Médica interferisse no teu trajecto escolar? Porque tu já vais para o 9º ano ou 10º?

Joana : Vou para o 9º. Não, muito pelo contrário. A minha ambição profissional sempre serviu como um grande incentivo a nível escolar, e , quando estava mais desanimada, era o facto de pensar nisso que me fazia recarregar energias e dar sempre o meu melhor na escola. Considero que sempre fui boa aluna, mas nos últimos dois anos melhorei bastante, e orgulho-me disso.

Mia : E entre esta tua paixão de servir o teu país e de terminares os estudos primeiro ... onde é que surgiu o canal? No meio de tudo isto.



Joana : O canal surgiu quando eu tinha de 11 para 12 anos, em 2015. Eu não vou estar a ser hipócrita ao dizer que o criei porque "queria ajudar outras pessoas" ou "queria compartilhar as coisas de que eu gosto com os outros" ... porque, na realidade, eu quis criar o canal por influência de ver outros Youtubers, simplesmente por isso. No início nem fazia ideia do que eu gostava realmente de falar nos vídeos. No entanto, à medida que o tempo foi passando e eu fui gravando mais vídeos, editando, publicando, recebendo o feedback das pessoas e tudo mais, percebi que afinal eu gostava mesmo de fazer aquilo e que tinha sido uma boa decisão, criar o canal. E para breve vou começar a abordar novos temas e a fazer outro tipo de conteúdos, mas que eu acho que vai agradar a muita gente.

Mia : Podemos falar da tua infância? O que é que te lembras? O que sentes mais falta? Existe alguma coisa que gostavas de continuar a ter?

Joana : Ah, a minha infância... que saudades, tempos tão bonitos. Certamente como a maioria das pessoas, eu tenho quer boas quer más lembranças. Mas, lá está, prefiro focar-me sempre só no lado positivo, por isso, posso dizer-te de que uma das coisas de que mais me lembro é de BRINCAR! Eu brincava muito, era uma criança que adorava brincar. Sozinha, mas também acompanhada. Aos fins-de-semana gostava de acordar ás 7 da manhã para ir ver Winx ou Looney Tunes na televisão, depois tomava o meu pequeno almoço favorito (cereais) e ia para o sótão da minha casa brincar com a minha irmã. Às Barbies, às "mães e aos pais", às Pinypons... essas são mesmo, sem dúvida, as melhores e mais presentes memórias da minha infância. Quanto ás tuas duas outras perguntas, acho que posso responder a ambas da mesma maneira. Sinto falta da minha inocência de criança, da capacidade de me encantar com coisas simples e tolas, de criar todo um mundo imaginário onde eu adorava viver... no fundo, eu via o mundo sempre como algo cor-de-rosa e muito leve. É algo que eu gostava de continuar a ter, essas capacidades.




Mia : Porque é que achas que todos vamos perdendo esse lado cor de rosa?

Joana : Na minha opinião, tem sobretudo a ver com a ciência do próprio corpo humano. O nosso cérebro vai-se desenvolvendo à medida que crescemos, vamos adquirindo algumas capacidades e perdendo outras, e o nosso discernimento e maturidade evoluem progressivamente. O que, naturalmente, faz com que tenhamos outra visão sobre o mundo que nos rodeia e compreendamos coisas que antes não compreendíamos. No meu caso, particularmente, também tem a ver com o diálogo e educação por parte da família. Quando eu comecei a tornar-me mais velha, os meus pais foram-me explicando algumas coisas e eu também comecei sozinha a pesquisar sobre outras, porque me despertavam curiosidade.


No meu caso, particularmente, também tem a ver com o diálogo e educação por parte da família.

Mia : Eu penso que deveríamos crescer mas nunca perder o nosso lado criança mas hoje em dia é 'guerras' e o 'Trump da vida alheia'.

Joana : Concordo, em certas coisas eu nunca perdi o meu lado infantil. Por exemplo, eu tenho uma colecção infinita de DVD's do Ruca, Dora a Exploradora e filmes da Disney no meu quarto, que eu adoro ver. Também guardo os meus nenucos e peluches, e, às vezes, gosto de brincar com eles.

Mia : Olha isso até eu. Tenho 19. Perdi foi um nenuco que eu tinha desde sempre ... chorei tanto. *risos* O que é que estás a achar agora do nosso mundo? Da actualidade? Versos àquilo que era.

Joana : Eu acho que existem prós e contras. Coisas que, em comparação aos tempos antigos melhoraram, e outras que pioraram. Mas acho que, de um modo geral, a pouco e pouco, estamos a caminhar para um mundo melhor e fico feliz por saber que é nesse mundo que os meus filhos vão viver.

Mia : A realidade é que ainda vemos muitos preconceitos, por exemplo, vídeos que vejo de mães de outras etnias a chorarem porque a filha ou filho pediu para brincar com um grupo de meninos que estava no parque e só por ter outra cor foi excluído.

Joana : Sim, isso que dizes é totalmente verdade. E uma das minhas lutas, enquanto ser humano, é precisamente essa. A luta contra o preconceito, seja ele qual for. Mas em comparação, por exemplo, aos tempos de juventude da minha avó, as coisas estão muito melhores e só prevejo que continuem assim.

E uma das minhas lutas, enquanto ser humano, é precisamente essa. A luta contra o preconceito, seja ele qual for. 

Mia : O que é que gostavas de dizer a quem já partiu mas nunca tiveste a chance de tal?

Joana : Que pergunta tão linda. Acho que diria à minha tia, que faleceu com cancro quando eu tinha 5 anos, que lhe agradeço muito por me ter amado tanto durante o tempo que estivemos juntas, e que tenho muita pena de não poder ter estado mais tempo com ela. *confessa* E aos meu bisavô, que faleceu há menos de 2 anos, diria que sempre gostei muito dele, e que ele está nos nossos corações.

Mia : Muito à Alta Definição mas o que é que dizem os teus olhos? *gargalhadas*

Joana : Acho que os meus olhos dizem que eu vim ao mundo para fazer a diferença nas mais pequenas coisas. Ser e fazer o que quiser, lutar por um mundo mais justo, e deixar marcas por onde passo.

Mia : Por fim quero pedir que deixes uma mensagem ás possíveis pessoas que tenham lido esta entrevista.

Joana : Sejam sempre fiéis a vocês mesmos, não tenham medo de serem quem são ou de fazerem o que querem fazer. Só vivemos uma vez e se formos dar ouvidos à sociedade e aos comentários negativos por parte de terceiros, nunca vamos ser realmente felizes, por isso, soltem-se, sejam sempre vocês mesmos e lutem por aquilo em que acreditam!

Mia : Obrigada Joaninha.

Joana : De nada, foi um prazer. Espero que tenham gostado.





Espero muito que tenham gostado desta terceira entrevista e de terem lido algo totalmente diferente do tema anterior, a Joana é definitivamente uma menina excelente e tenho aprendido muito com ela. 
Não se esqueçam de comentar, partilhar com os vossos amigos(as) e não se esqueçam de visitar todas as redes sociais da Joana que vão estar aqui em baixo. 


Rede Sociais da Joana : 

Twitter - immagayellephant 
Instagram - joanaac_12
Wattpad - mellytess02
Pinterest - jc288 




                                                               Inês ou Mia 

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